LASCÍVIA
Lascívia
Ainda que inclinado a me curvar a teus encantos o corpo em fogo, a respiração ofegante e o rubor na face a denunciar claramente a todos que se me olham, o meu desejo arfante. Ainda que a queimar minhas entranhas na ânsia farta e forte de abraçar-te, ávido a acariciar e beliscar teus túrgidos montes , mordiscar teus lábios e me saciar em teus beijos, Ainda que me inebriando com teu cheiro levemente disfarçado pelo chanell E com a forma perfeita de teu semblante que tal se me pareces quase nua, qual sob tênue véu. Oh! Vênus terrena, deusa sublime do amor que me embriaga, como se ao sabor de altas vagas, no mar revolto e forte, em frágil escuna estivesse, a mercê das tormentas e da malfadada sorte! Resisto ainda assim, à essa lascívia que me alucina e entorpece! Debilitado e trôpego, respiro fundo, cerro os punhos e reticente, com um esforço extremo e profundo dou -te as costas e me afasto ... lentamente! Urias Sérgio de Freitas
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 12/09/2017
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