ESPERA-ME
Ribombam em meus ouvidos
Esses balbucios incontidos De meus próprios murmúrios Sofridos, como se estertores Fossem, ao ler os apelos que a saudade, tão forte, te revela... E, intempestivamente, depois de um longo silêncio, calada e inerte, Transferes magoada, qual irado pintor, da aquarela a uma tela, Fortes traços de ocaso lasso, Como se assim realidade o fosse. Mas, não ouse! Assim não o é. O sabor de seus cálidos lábios, Nesse beijo apaixonado, permanece. E nada foi roubado, foi-me dado! Sim, com emoção, no fervilhar de nossos próprios sentimentos soltos, fugidios...por alguns momentos, E que desvencilhados,dos grilhões Já a tanto tempo aprisionados, Explodiram na ânsia desse desejo Correspondido, por muito tempo Esquecido, revigorados pela paixão. Mas nos contivemos, por que? Breve, lá estarei novamente, Nessa estrada de luz, a reviver essas Saudades que me alimentam, E se manifestam constantemente. Ávido por outro beijo ansiarei, Na esperança de tudo recomeçar! Urias Sérgio de Freitas
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 21/04/2017
|