ELZA MARIA
Elza Maria
Absorto em meus pensamentos, soltos, Passeio por dentre impróprias recordações. Na presença de quem hoje me incomoda e tanto, Mal conselheira, pior companheira, tu, solidão. Sinto no ventre um contínuo e incômodo arrepio, Sede? Fome? Sedes quem esse mal provocas, Por culpa dessa, que agora comigo invoca, Justo quando piso nessa terra agreste, seu torrão? Ou não? Mas indolente insistes. Vai e volta em andar frenético várias vezes, inconseqüente, Turbilhando meus já desajustados pensamentos, Embaralhando tudo, em minha mente. De ancas arredondadas e pernas perfeitas, permite-me antevê-las, macias certamente, e à minha frente tê-las, num arroubo maior ao alcance de minhas mãos, nervosas, carentes. Elza Maria me olha novamente, diminui o passo, Vou, não vou! Fico indeciso, titubeante, ainda que não seja um homem lasso, por mais que a deseje, sigo relutante. E continuas ao meu lado, provocante! Ah, Imbecil! Agora estás em mal pedaço! E num bote, dominante, atiro-me a ela, − Vou jantar-te Galinha D’Angola, meu Capote...à cabidela! D’ après um cacarejo Dr. Gilberto Fernandes Urias Sérgio de Freitas
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 01/07/2007
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