Urias Sérgio

Vivo da esperança de ver o soerguimento da ética e da razão e isso dá-me forças de continuar lutando

Textos

CRESCIMENTO COM SUSTENTABILIDADE - MEIO AMBIENTE

1ª. CONFERÊNCIA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA PARA O MEIO AMBIENTE – CIBMA

CRESCIMENTO COM SUSTENTABILIDADE

                    RECURSOS HÍDRICOS

TEMA = Lei 9.433/97
Plano Nacional de Recursos Hídricos -PNRH
Cobrança pelo Uso da Água/Agência de Bacias

No limiar do início dos trabalhos pretendo, em primeiro lugar, cumprimentar a Confederação Nacional da Indústria por tão importante iniciativa, e desejar, de todo coração, que nossas ações se intensifiquem e venha, no mais curto espaço de tempo possível, premiar nossos esforços com resultados positivos no cumprimento de nossos objetivos.

Ainda que o foco de nosso tema seja o Plano Nacional de Recursos Hídricos e a Cobrança pelo Uso da Água e Agência de Bacias, gostaria de me manifestar, inicialmente, falando em primeiro lugar em CONSCIENTIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO, que são as bases necessárias ao desenvolvimento de qualquer trabalho sobre nossa maior riqueza que é a Água, fonte da vida e portanto, de nossa própria existência.
Gostaria entretanto de tratar do assunto em três tópicos separadamente:
1º. Lugar = Desinformação
2º. Lugar = Controle Ambiental
3º. Lugar = Reflorestamento

1º. = DESINFORMAÇÃO:

Recentemente, um grupo de artistas vem se manifestando em defesa da Amazônia. Compuseram uma música, por sinal com bela harmonia, onde, em sua letra se fala que não se deve desmatar a floresta para transformá-la em papel(???).
Ora, é preciso que as pessoas - ao se engajarem em campanhas como essa - ainda que com a melhor das intenções, procurem se inteirar um pouco do assunto em pauta, para não falar besteiras, como o que se diz nessa música. A informação errada é prejudicial, danosa, distorce a verdade e cria envolvimentos negativos que prejudicam a própria campanha.
É necessário que se esclareça, de uma vez por todas, que não é possível se fazer papel ou papelão ondulado a partir de floresta heterogênea,  ou seja, de mais de um tipo de madeira, misturadas. Vou expor de forma bem clara para que todos possam entender, mesmo os que não têm muitos recursos literários em sua própria cabeça e portanto dificuldades em entender o assunto:
- Os papéis são fabricados a partir da celulose, através do cultivo e da utilização de madeiras de florestas homogêneas - de um só tipo de madeira - a exemplo das florestas de pínus (pinheiro), eucalipto, bambu, babaçu, cana (bagaço) Gmelina etc., de acordo com a fibra de celulose que se quer produzir, longa ou curta. Essas espécies, dependendo do tipo de cada madeira, são plantadas em regiões onde melhor se desenvolvem, com crescimento mais rápido, sendo utilizados hoje, processos de bio-genética para enxertos de árvores de melhor formação, para reduzir o tempo de corte, como conseguiu a Rigesa, em Três Barras – Santa Catarina, e muitos outros grupos tem utilizado essa alternativa para ganhos de produtividade. Nesses casos, essas plantações são controladas, com manejos consolidados em avançada tecnologia. As árvores são plantadas para servirem a fins específicos, como fabricação de celulose e seus derivados, para uso na construção civil, movelaria e a inúmeras outras atividades fabris. Os cortes, programados de acordo com a vida útil da espécie e o volume a ser produzido, conforme escala predeterminada.
São comuns adequarem o cultivo de cada espécie de acordo com o custo da própria terra. Por exemplo: no Maranhão, o grupo João Santos optou pelo cultivo do bambu, de baixa produtividade (ton/hectare) mas em consonância com o baixo custo da terra na região. No sul, normalmente há a predileção por espécies de crescimento verticalizado, como o pinheiro e o eucalipto, onde a produtividade por hectare é muito mais expressiva e o custo da terra mais alto.
A única fábrica de celulose da Amazônia, no Jarí – interior do Pará – ainda que em meio à selva amazônica, funciona utilizando-se alternativas de plantio de árvores de eucalipto e gmelina, fabricando celulose desses tipos de madeira, obedecendo-se também ao manejo dessas espécies, sem o que, estariam fadados a pararem a produção por falta de matéria-prima.
Um outro absurdo que se dá hoje, está na tão propagada utilização de papéis reciclados em substituição à utilização de papéis de fibras virgens, sob a égide de se dar suporte a campanhas para não se derrubar mais árvores. Essas árvores são plantadas para serem cortadas, para se fazer celulose e papel e para nada mais.
Esse é um apelo de logística de marketing, que promoveu o papel reciclado de tal forma, que o transformou em produto comercializado ao preço de papeis fibras virgens, conseguindo os fabricantes com isso um expressivo aumento de lucratividade em suas transações comerciais. A bem da verdade, se todos resolvessem somente consumir papel reciclado, os papéis deixariam de existir, pois sem o papel fibra virgem, não existiria o reciclado.

2º. = CONTROLE AMBIENTAL

Ainda falando sobre celulose e papel, corre-se um grande risco quanto ao controle ambiental necessário a esse tipo de manufatura. A utilização de grande volume de  soda cáustica para fabricação de celulose, e mesmo o volume expressivo de borra de celulose, derivado da fabricação de celulose de reciclagem de papeis, exige um controle extremamente rígido da destinação desses inservíveis.
Até pelo alto custo da soda cáustica, os grandes grupos industriais deste segmento mantém, em suas unidades fabris, unidades de recuperação de soda, evitando a contaminação do solo e dos lençóis freáticos. Mas, também existe uma grande quantidade de fábricas de celulose de fibras virgens ainda no Brasil que utilizam tanques de decantação de soda, bem como um grande número de fábricas de papéis reciclados sem o devido controle ambiental das borras que emanam desses processos. E não há nada que comprometa mais nossos recursos hídricos, do que a falta de controle desses resíduos.

3º = REFLORESTAMENTO

A terrível situação criada com o desmatamento ao sul da Amazônia como um todo, é de extrema gravidade e o Governo Federal precisa, a todo custo, conter esses excessos, doa a quem doer!
Entretanto, é preciso que  também nós nos preocupemos e que se dê prioridade a criação de  planos de incentivo para o plantio de florestas homogêneas nas regiões do centro-oeste, sudeste, enfim para todas as regiões brasileiras onde a agricultura encontra-se letargicamente desmotivada e as terras totalmente improdutivas. A mata Atlântica por exemplo, precisa ser revitalizada.
O plantio de árvores, para utilização nos mais diversificados segmentos, deve ser incentivado, através de Fundos de Fomento com juros subsidiados, expressivos prazos de pagamento e carência proporcional, para se criar atratividade econômica, a fim de que possamos tentar fortalecer o equilíbrio da atmosfera e o desenvolvimento sustentável dessas regiões.  
Será necessário que se tome providências imediatas e que haja um grande esforço conjunto de CONSCIENTIZAÇÃO de nossos políticos e efetiva cobrança de toda a população, no sentido de valorizar essa iniciativa.

Manaus, 5 de junho de 2007
Urias Sérgio de Freitas
Delegado pela FIEAM
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 15/06/2007
Alterado em 09/08/2008


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras