Urias Sérgio

Vivo da esperança de ver o soerguimento da ética e da razão e isso dá-me forças de continuar lutando

Textos

NOS TEMPOS DA MARIA FUMAÇA
     Tempos da Maria Fumaça

Idos de 1950.
Os Estados de  Minas, Rio de Janeiro e São Paulo eram servidos por uma “moderna” estrada de ferro que ligava as principais cidades do interior às capitais. Implantada no século passado, a concessão inicial foi cedida à The Leopoldina Railway Company, cuja sucessora já como empresa brasileira, recebeu o nome de Estrada de Ferro Leopoldina. Na região da Zona da Mata no interior mineiro e parte do Estado do Rio de Janeiro, interligava as cidades de Ubá, Cataguazes, Leopoldina, Miracema, Comendador Venâncio, Palma, Muriaé, Patrocínio do Muriaé, Antônio Prado, Faria Lemos, Porciúncula, Tombos e Carangola. Era o principal meio de transporte de passageiros e cargas servindo de escoamento da produção de café, principal fonte de riqueza regional, dedicada quase que exclusivamente  à agricultura e pecuária.
Nessas pequeninas cidades, algumas peculiaridades eram rotineiras: As principais autoridades do lugar, em ordem de importância eram: o prefeito, o chefe de polícia, o padre, o médico e o chefe da estação da estrada de ferro.
A Estrada de Ferro normalmente passava dentro das cidades e as estações de embarque e desembarque, quer de cargas como de passageiros eram construídas em locais de grande movimento comercial. No final da linha, área de manobra das locomotivas, em bairros mais afastados, instalava-se oportunamente o baixo meretrício, com nomes pitorescos como: Carrapicho, Lava a Égua, Pontilhão, Arranca Rabo, Quebra Copo, etc.
Nossa estória aconteceu na cidade de Tombos de Minas, famosa por uma bela cachoeira de três tombos e 84 metros de altura,  vizinha ao município de Porciúncula, já na divisa com o Estado do Rio de Janeiro.  
O chefe da Estação Ernesto G. A. Leno de Freitas, herdou do pai a mesma vocação profissional e o substituiu na chefia da estrada de ferro, na mesma cidade. Filho único do primeiro casamento  de três gerações de seu genitor, possuía um irmão e duas irmãs do segundo casamento e três irmãos do terceiro, sendo ainda tio-irmão dos do segundo, já que a segunda mulher de seu pai, era irmã de sua mãe, sucedendo-a nessa complicada mas fraterna e dileta família. Claro que as duas primeiras mulheres já haviam falecido e coincidentemente de parto, casando-se então seu pai com sua terceira esposa que veio a criar toda a prole. Importante frisar que todos os irmãos, sem exceção, durante toda sua existência  sempre foram exemplos de fraterna e intensa amizade entre si, independente de ser do primeiro, segundo ou terceiro matrimônio. Davam-se maravilhosamente bem, sem distinções, sendo um exemplo de fraternidade raro de se ver naquela época, imagine agora!  Essa afirmativa torna menos confusa a situação, espero.
De seus três irmãos mais que legítimos ou seja, de parte de pai e mãe, já que legítimos considerava-os todos, a mais velha  e não menos alegre e espoletada que se chamava Gilda, casou-se já passando dos 40 e poucos anos com o dono da selaria  da cidade, homem respeitoso beirando os 50.
Antônio dos Santos Tempeiro Forte, (não confundir com tempero) era um homem baixinho mas decidido. Criado no campo, sob rígidos preceitos, era muito austero, rigoroso, exigente consigo mesmo e com os que o cercavam. Não admitia brincadeiras sem graça em sua casa ou que lhe faltassem com o devido respeito... a não ser no cair das tardes das sextas-feiras quando ele fechava a selaria e se dirigia cautelosamente, pelas linhas do trem, até o Carrapicho,  zona boêmia da cidade.
Ernesto de G. A. Leno, seu cunhado e compadre, era muito brincalhão, extrovertido e extremamente mulherengo e ao cair da noite também dirigia-se ao Carrapicho, só que o fazia quase diariamente, já que tinha sempre uma boa desculpa para ir vistoriar os vagões e a locomotiva na área de manobra e estacionamento, pertinho da alegre rua com seus bares, boates e prostitutas. Ali os cunhados comumente se encontravam. Ambos gozavam de boa situação financeira e podiam cometer seus excessos, mas sendo Ernesto de G. A Leno extremamente pão duro, as despesas sobravam sempre para seu cunhado Antônio  que jurava um dia tirar a forra, cada vez que com seus ardis e sutilezas o fazia pagar as despesas. Era tão “munheca de samambaia” que ao invés de comprar os jornais e revistas que o Pepino, um velho e irreverente italiano levava do Rio para vender nas estações do interior, ele as alugava, lia e devolvia, para desespero do jornaleiro.  Ernesto além do excelente salário como Chefe da Estação, possuía uma fazenda e era casado com a filha de um rico fazendeiro da região. Seu cunhado também era um homem de posses, tendo tido sucesso como comerciante, com um bom movimento em sua loja, já que fornecia selas, arreios, e toda a sorte de produtos para animais.  Viajava regularmente de Noturno para o Rio onde fazia suas compras, conseguindo com isso adquirir seus produtos diretos de fábrica e assim maior lucratividade em seu comércio.
Farreavam a vontade, mas retiravam-se relativamente cedo, por volta das vinte horas  evitando ficar muito expostos a mexericos já que em cidade pequena os segredos têm vida curta. Era uma preocupação desnecessária, pois todos que ali permaneciam certamente tinham muito a perder e em hipótese alguma  se arriscariam a comentar sobre a vida dos outros freqüentadores.
As prostitutas por seu lado, principalmente as proprietárias das casas e das boates eram respeitadas por todos. Raramente saíam pela cidade, mas quando o faziam eram discretas e sempre muito bem recebidas nas lojas e  salões de beleza, já que representavam uma excelente fonte de renda para o comercio local.
Ernesto, de dois  em dois meses ia ao Rio de Janeiro a serviço, utilizando o mesmo Noturno, um trem que passava por Tombos de Minas três vezes por semana - uma viagem extremamente cansativa se comparada às do dia de hoje - num percurso de apenas 460 km. Naquele tempo não havia estrada asfaltada e essa viagem demorava aproximadamente 15 horas. Ainda que de primeira classe, com toda a mordomia pelo cargo que ocupava, normalmente chegava exausto ao Rio.
Em uma dessas viagem Ernesto conheceu a jovem que viraria sua cabeça. Ela embarcou em Muriaé onde passava férias visitando seus pais e estava retornando ao Rio de Janeiro. Chamou-lhe a atenção a grande comitiva que a acompanhava, com estardalhaço. Chamava-se Dulcinéia, morava em Madureira e era passista da Escola de Samba da Portela. Mulata, de rosto e corpo divinais, virou o coração de Ernesto pelo avesso. Já por perto dos 50 anos e mesmo meio obeso, Ernesto se empolgou! Mandou convidar Dulcinéia para jantar e deu ordem ao cozinheiro para preparar-lhes um lauto banquete, regado a vinho francês, tratando os garçons de forma a causar a melhor impressão possível à bela mulata. Certamente lhe custaria uns trocados a mais quando voltasse a viajar com aquela equipe de condutores do trem mas... paciência, pensou, não poderia perder a oportunidade por nada nesse mundo. Sempre que assistia aos ensaios das escolas de samba, babava vendo as moças sambarem, ainda que vestidas, imaginando um dia ainda assistir a um desfile. Só os conhecia através dos jornais alugados do italiano. Acontece que a mulher de Ernesto era extremamente brava, além de ciumenta e ele nunca teve coragem de tentar criar um artifício para viajar na época do carnaval, até porque raramente suas viagens coincidiam com o período  carnavalesco.
Passou uma noite maravilhosa em companhia daquela Vênus cor de jambo como comumente se referia a ela aos poucos amigos com quem compartilhou seu segredo. Preocupado entretanto mesmo com a mais remota possibilidade de sua mulher vir a saber de seu relacionamento, apresentou-se como sendo Antônio Tempeiro Forte, seu cunhado, mas dando à mulata o endereço da Estação da Estrada de Ferro de Tombos de Minas e avisando a todos que lá trabalhavam que ao chegar correspondência para seu cunhado, era para ser entregue imediatamente a ele, Ernesto, e a mais ninguém.
O romance durou mais de dois anos, com cartas de amor eterno circulando pelo mesmo trem, quinzenalmente,  já que era por onde os Correios as despachavam,  Se uma viagem era cancelada, as cartas aumentavam em número, até que o calor de uma nova visita amainasse os ânimos e a intensa paixão de ambos. E parece que a garota realmente estava gostando do experiente Ernesto, já que ninguém conseguiria imaginá-lo gastando seus contos de réis por mais bonita que a mulata fosse.
Após o carnaval, já se prenunciando o terceiro aniversário de namoro,  as cartas  vindas do Rio cessaram.  Será que teria acontecido algum problema? Será que ela estaria doente? O que foi que aconteceu?   pensava Ernesto preocupado. A situação ficou ainda pior já que nova determinação da diretoria da Estrada de Ferro limitou as viagens para o Rio a apenas quatro ao ano,  e somente viajaria daí a dois meses.
Foi um período extremamente difícil, sem notícias de Dulcinéia e com o tempo, seu fogo e interesse foram se abrandando, chegando à conclusão que seria melhor assim. Embora extremamente mulherengo ele era um homem consciente de suas responsabilidades e regularmente se questionava: Onde ainda o levaria aquela loucura? E sua família e seus filhos, como ficariam se essa situação perdurasse por mais tempo? Não sabia responder.
Voltou a visitar o Carrapicho, causando surpresa a todos, já que desde o inicio de seu romance havia deixado de freqüentar aquele ambiente, mas fugia às perguntas e insinuações de seus antigos companheiros de farra.
Passaram-se seis meses sem qualquer notícia. Foi ao Rio mas resolveu não procurar Dulcinéia mudando inclusive de hotel. Ao retornar a Tombos resolveu enterrar suas lembranças. Pegou todas as cartas da ex-amada e guardou-as em meio à coleção de seleções do “Reader’s Digest” única revista que comprava regularmente. Eram 60 exemplares de “Seleções” e, contadas, 60 cartas de seu saudoso  ex-amor.
Durante uma rápida viagem  a Carangola, para socorrer um trem que descarrilara, sua esposa Carolina, querendo agradar-lhe, resolveu fazer uma arrumação geral nos arquivos da Estação e teve sua atenção voltada para a pilha de revistas “Seleções”. Sentou-se e começou a folhear um exemplar; foi um “Deus nos acuda”! Saiu aos gritos da Estação em direção à sua casa, pisando duro, com a coleção de “Seleções”  em baixo do braço.
- É um abuso, gritava. É um abuso! O cretino do Antonio Tempeiro Forte, quem diria. Com aquela cara de santo, namorando com uma piranha do Rio de Janeiro e ainda tem o desplante de dar o endereço da Estação. Com certeza Ernesto está encobrindo suas cachorradas, pensou.
Ernesto chegou no outro dia de manhã e encontrou a esposa tresnoitada, os olhos fundos e cabelos em desalinho, sentada no sofá a sua espera. Tentou beijá-la mas ela se esquivou. Sentiu que algo havia de errado, muito errado! O ar estava pesado e até o tempo, nublado, escuro demais para aquele horário como  refletindo o estado de espírito de Carolina, prenunciava uma tempestade,  raios, trovões... e aborrecimentos, muitos aborrecimentos.
- Ernesto, olha o que encontrei nos arquivos da Estação. Cartas e mais cartas de uma piranha do Rio de Janeiro para seu cunhado Antonio Tempeiro Forte. E olha o que ela escreve:
Não agüento mais de saudades meu tempero; venha completar minha salada, gostoso; sem sua presença fico insossa; você é meu tempero predileto! Gritava possessa, folheando as cartas e jogando-as para o alto, junto com as revistas. Como é que você teve a coragem de fazer isso com sua irmã, Ernesto? Como é que você pode? É um absurdo!
Ernesto não sabia o que fazer. Sua mente estava a mil, confusa, sua respiração ofegante e o coração querendo sair-lhe pela boca.
- Carolina, a coisa não é bem assim... você sabe como é, às vezes essas coisas acontecem. Pois é, você sabe... essas coisas são complicadas e...
- E o que? Você ainda tem coragem de defender seu cunhado? E sua irmã, como fica? Vou já mandar chamar a Gilda, coitadinha. Vou contar tudo a ela, você vai ver!
- Não, não e não!!! Carolina, não faça isso. Você vai matar  minha irmã de desgosto! Eu não admito que você faça isso! De jeito nenhum! Gritou mais apavorado do que revoltado. Preciso pensar no que fazer. Não vamos nos precipitar.
- Então chame o Antonio Tempeiro Forte! Vou dar-lhe uma esculhambação, você vai ver!
- Calma mulher! Também não é assim. Preciso pensar no que fazer. Não devemos agir precipitadamente, para não nos arrependermos depois. Calma!
- Que precipitada coisa nenhuma, vocês são todos iguais, mas isso não vai ficar assim. Exijo uma providência imediatamente, disse saindo nervosa em direção ao quarto.
- E agora, o que é que vou fazer? Pensou Ernesto. Contar ao cunhado que durante três anos usara o seu nome para se comunicar com sua bela mulata, nem pensar! Se dissesse a  verdade à irmã, correria o risco dela não acreditar e pensar que o culpado era mesmo o seu marido. Restava a alternativa de falar a verdade com sua esposa e... Nem! De jeito nenhum! Estremeceu só de pensar nessa possibilidade, arrepiando todos os pelos de seu corpo.
Pediu um tempo à mulher. À noite, sem condições de dormir, passou o tempo pensando em uma solução. Foi a noite mais longa de toda sua vida. No outro dia resolveu conversar com o cunhado. Passou o dia inteiro trabalhando na Estação e não foi almoçar em casa para não ter que se encontrar com a esposa, lembrando-se da cena do dia anterior. No final da tarde, dirigiu-se ao Carrapicho e encontrou seu cunhado no lugar de sempre, no cabaré de dona Zica, sentado em uma mesa afastada, em companhia de três amigos, em animada conversa regada a cerveja.
Antônio, segredou-lhe ao pé do ouvido. - Preciso falar com você com urgência.
- Agora não Ernesto, sente-se e vamos tomar uma.
- Antônio, é caso de vida ou morte, cacete! Seu cunhado olhou-o assustado.
- Tá bem! Tá bem! Calma, não fique nervoso. Na mesma hora levantou-se e despediu-se dos amigos, saindo com Ernesto para a rua.
- Que houve Ernesto? Você está amarelo. Parece até que viu alma penada homem.
- É você quem está vendo uma alma penada cunhado. Eu pelo menos, estou me sentindo como a própria. Sentou-se em um banco na pracinha do início da rua, com as mãos na cabeça, balançando-a como se pretendendo arrancá-la.  
- A Carolina encontrou as cartas e não sei mais o que fazer!
- Mas, de que cartas você está falando? De que se trata?
- Das suas cartas, ou, bem, quero dizer, das cartas que recebi com o seu nome.
- E que diabo de cartas são essas? Você endoidou? Ficou Maluco!  De que se trata afinal?
- São as cartas da Dulcinéia, pronto! Agora você sabe!
- E quem é essa caceta dessa Dulcinéia droga! Ei,! Disse Ernesto sacudindo-o, de que encrenca está falando?
- De Dulcinéia sua namorada, digo, minha!
- Filho da Pu..! O que é que você está querendo me dizer Ernesto. Que porra é essa agora? Em que confusão você se meteu, quer dizer... me meteu?
Ernesto fechou os olhos e desandou a contar toda a estória para Antônio. Após terminar, um silêncio sepulcral tomou conta da pracinha. Eram duas horas da manhã. Antonio, boquiaberto, estava sentado no meio fio, atônito, como se estivesse em transe, com os olhos arregalados.
De repente começou a rir, gargalhando nervosamente, histérico.
           - Quer dizer que você comeu essa tal de Dulcinéia durante três anos, usando meu nome ? - hi, hi, hi - não acredito! E  agora a Carolina quer chamar a Gilda e dizer-lhe que eu  estou enganando-a há três anos e que lhe pedi para usar o endereço da Estação, para que ninguém desconfiasse. Hum! Muito bem! Muito bem! Gostei de ver! Isso é que é imaginação!
            - E agora compadre. O que é que você vai fazer? perguntou Antônio.
            - Não sei. Não tenho a menor idéia.
            - É, você não tem, mas eu acho que eu tenho a solução, disse Antonio Tempeiro Forte com um olhar enigmático e um sorriso maroto nos lábios. Bateu nas costas de Ernesto, levantou-se e disse-lhe: É, acho que tenho a solução, repetiu. Passe lá em casa amanhã para conversarmos. E saiu assoviando, com as mãos nos bolsos, malandramente, bem a vontade.
Ernesto foi para casa e por mais uma noite não conseguiu pregar os olhos, volta e meia com uma pergunta a martirizá-lo: o que é que o cunhado está me preparando?
No dia seguinte após o almoço, demonstrando ainda na face sua noite mal dormida, foi até a casa de Antônio. Encontrou-o sentado no alpendre, enrolando um cigarro de palha, muito a vontade.
           - Boa tarde compadre, saudou Ernesto!
           - Tarde! Respondeu Antônio. Sente-se compadre.
           - E aí Antônio, disse sem rodeios, que é que você está pensando fazer?
           -  Eu? Nada. Na verdade já está tudo acertado, mas você tem que me prometer fazer o que eu  pedir, se eu lhe tirar dessa enrascada, combinado?
           - Claro, compadre, faço qualquer coisa. Pode pedir!
           - Tá bem Ernesto! Antônio cuspiu um pedaço de fumo que estava mastigando para continuar. Já conversei com a sua irmã, você só vai confirmar com ela. Não foi nada difícil, já que ela o conhece melhor do que ninguém e sabe do que é capaz. Ela vai inclusive conversar com a Carolina, não te preocupe. Vai dizer que foi um caso antigo, uma fraqueza minha, mas que eu já havia terminado com a... como é mesmo que a menina chama? Ah! Dulcinéia, não é mesmo? Não se preocupe, tá tudo sob controle, pode ir prá casa.
- Mas e a promessa? O que é que você quer em troca?
- Compadre, vamos fazer o seguinte. De agora em diante, você banca minhas trepadinhas lá no bordel da Zica, tá bem? Ah!, as despesas do bar do Gersinho também!
- Mas Antônio, todas?
- Claro! Olha, você deu sua palavra!
- Tá bem! Ta bem! Falou Ernesto e saiu resmungando, chateado consigo mesmo, pensando na boa vida que Antônio iria ter a partir dali às suas custas.
Mal Ernesto dobrou a esquina e batem à porta de Antônio Tempeiro Forte: era Pepino o jornaleiro.
- Olá Pepino, como vai, alguma novidade?
- Tonico, ô Tonico!!! chegou carta do Rio para o Sr. Ernesto. Que bambina, que bambina essa mulata! Ah! Se o Ernesto descobre o que estás a aprontar com ele! Porca miséria! Porca miséria!


Urias Sérgio de Freitas

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Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 25/05/2007
Alterado em 07/06/2007


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