ESPELHO
Vês a sua frente imagens distorcidas Daquelas que em sua juventude vias, Como se viessem de díspares estradas, Donde vinham e a quê, sequer sabias... Figuras toscas, enrugadas e envelhecidas Como se guardadas na gaveta do tempo, Espalhadas por sobre sua superfície lisa, Refletidos nos parcos e grisalhos cabelos. E a cada dia que passa esse miserável espelho, Transluz em detalhes o que tentas esquecer, E que ainda que tente, não consegues detalhar... Nas dores intermitentes, nas imagens distorcidas Que seus olhos associam, no tremor dessas mãos, E nas lembranças fugidias de um sofrido coração. Urias Sérgio de Freitas.
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 18/08/2014
|