Tu passageiro errante sem  passado,
de incerto presente e nebuloso futuro,
que se encontra aqui a meu lado
sob o sol causticante e chuvas torrenciais
quem tu és, a que vens, para onde vais?

Sabes do grande  risco que corres na mata
com a presença constante de animais ferozes?
Sem contar a fadiga do corpo, o esvazio d' alma,
e a solidão intensa, além das armadilhas
da natureza, que o aguardam com terríveis surpresas?

Aqui, tua sombra sem dúvida a única companheira,
é a confidente, a amiga fiel  e conselheira,
que alimenta teu ego, o ampara e acalenta.
Ri e chora contigo, comportada, silenciosamente,
e o protege de tua própria consciência.

E quando, por acaso tiveres o azar da sorte,
de ter contigo a bamburra com cheiro de morte,
desse metal maldito, fruto da horda de satanás,
Não permita que ele o afaste de tua sombra
única forma de puro permaneceres, como ainda estás.