AUTO-ESTIMA
Sou mais um dentre tantos os que pouco têm para comer, gerir, gerar, sonhar, produzir... ou a meus irmãos oferecer. Como se uma grande estrela fosse no negro e misterioso firmamento, dentre tantas e quantas outras, sem brilho, sem vida e sem luz. Angústia! E nessa miséria, a tristeza, de ver materializar-se dor e sofrimento, nesse espelho que só reflete desesperança e a ninguém contenta ou seduz. Quadro comum, desmazelo rotineiro, de nosso dia a dia de agora. Fruta podre, flagelo, que nosso povo já por muito tempo, na ressequida goela introduz. Trôpegos, percorremos sempre, esse acidentado e difícil caminho, sinuoso, perigoso e repleto de espinhos, maltratados pelo cruel destino. Sem riqueza, conforto ou luxo que tão poucos, muito ostentam, ainda assim, de cabeças erguidas, vamos cumprindo nosso doloroso papel. Ofertem-nos trabalho ou um pedaço de terra, uma pá, uma enxada e uma picareta usada, que transformaremos nossos menores sonhos, na terra prometida e tanto esperada. Não se penalizem, muito menos nos esmolem! Nunca, jamais! Não nos tirem a única riqueza, gerada e fortalecida na honra de nossos pais, e que do tronco de nossa família emana... Que é o orgulho de ser pobre mas com vontade insana de vencer, ou o direito conquistado, mais do que nobre, de gritar o inconformismo... de tanto padecer!
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 18/05/2007
|