Urias Sérgio

Vivo da esperança de ver o soerguimento da ética e da razão e isso dá-me forças de continuar lutando

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ENTRE QUATRO PAREDES
ENTRE QUATRO PAREDES

Em minha fria alcova, nesta chuvosa noite,
Reboam incessantemente  em meus ouvidos
A perfeita  sinfonia de teus cálidos  gemidos,
Transformando em intensa e confusa  anarquia
Meus, até então indiferentes e sossegados sentidos.

Que estranha sensação, o maravilhoso alento
Do torpor indescritível, de tuas mágicas mãos,
Suaves, a percorrer a trilha de meus segredos
Mais íntimos, escondidos, arrepiando meus pelos,
Com zelo e intenso carinho... Quanta emoção!

Amor, lascívia, paixão,  momentaneamente
Misturados, em doce sonho, mágica realidade,
Repentinamente, em sublime coito transformados.
A racionalidade transcendental da irracionalidade,
Dentre quatro paredes, em meio a alvos  lençóis,
Vitaminada de puros sentimentos e pervertidos atos.

Teu cheiro me consome, teu corpo me inebria,
Enlouquece, maltrata, me alucina, me mata.
Me entrego, dócil como um cego mas ávido
E trêmulo, a apalpar tuas grutas e montes,

Como quem se esquece,do mundo lá fora.
E então senhora, também como fera,
Te mordo, machuco, e enfim te domino
Nesse campo de guerra, como tanto esperas.

Urias Sérgio
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 08/03/2011
Alterado em 08/03/2011


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