Urias Sérgio

Vivo da esperança de ver o soerguimento da ética e da razão e isso dá-me forças de continuar lutando

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CAUSAS E EFEITOS
CAUSAS E EFEITOS

Vivemos hoje em um mundo moderno, com economia globalizada e tecnologia extremamente avançada onde os desenvolvimentos alternativos se atropelam, principalmente nos segmentos da eletroeletrônica e das comunicações, em razão do consumismo exacerbado e dinâmico, em uma escala alucinante, por influência principalmente dos Tigres Asiáticos. Encabeçados pela China, transformaram as tendências de um tradicional mercado mundial de alta qualidade capitaneada pelos japoneses em especulações oportunistas, em razão das vantagens de controles de custos internos de produção de seus países em razão da alta escala para atender a intensa demanda e onde os benefícios sociais da legislação trabalhista são inexpressivos. E o conceito de qualidade se subjetiva diante da força esmagadora desse consumismo.
Esses reflexos diretos nos preços de produtos lá industrializados, intensificam a competitividade, em razão de uma “vitaminada” de incentivos, na cobertura oficial desses governos com estímulo à fabricação de cópias de produtos de marca,  ao contrabando e apoio à contravenção internacional, e atingem em cheio a economia de países em desenvolvimento como o nosso, sendo extremamente prejudiciais ao Comércio e Indústria nacionais e na ponta, aos consumidores também.
Em contra-partida, convivemos com a voracidade do governo brasileiro com seu sistema de tributação espoliante e desumano, com uma legislação trabalhista extremamente paternalista e onerosa para os empresários, além do desrespeito às empresas comerciais e industriais aqui instaladas que por não reprimir a entrada de produtos originários desses países, estimulam a pirataria e o contrabando, comprometendo a saúde financeira de nossas empresas.
De uma forma ou de outra, temos que entender que esses países estão fazendo “o seu dever de casa”  e portanto - dentro de sua ótica - “fazendo o que julgam certo”! Não se descuidam da educação e da capacitação de sua força de trabalho e suas economias se agigantam, mesmo em época de crise, enquanto  nossa população sofre em meio à miséria, ignorância e criminalidade, alimentada com a  impunidade.
E o mais assustador de tudo isso é que nosso povo vai ficando “cada vez mais para trás” na condição do semianalfabetismo da maioria de nossa população, imposto por uma  política educacional arcaica, totalmente inadequada e inepta. Com a Educação e Saúde fragilizadas, inoperantes, sem os princípios fundamentais de civismo e brasilidade e sem formação familiar adequada, crescem nossos jovens em meio à contravenção e ao ócio, estimulado pelo próprio governo formando nesse meio, a base de sua própria sustentação. Assim, sem direcionamento educacional e cívico adequados, somos obrigados a conviver com uma escola de vida do “salve-se quem puder”, tomando como base os péssimos exemplos de nossos políticos na consolidação da formação das nossas gerações futuras. E enquanto isso...
Pasmem! Nos últimos dois anos o Brasil abriu embaixadas em mais de quarenta países, dentre eles:
Basse-Terre, Castries, Conacri, Cotonou, Cartum, Gaborone, Malabo, Novakchott, Roseau, St. Georges, St. John’s ou Uagadogu (só por curiosidade, é a capital de Burkina Fassu) entre outros.  A maioria, certamente, só o chanceler Amorim alguma vez na vida ouviu falar. Embora sem que tenhamos sentido a menor falta, o Brasil já conta com importante representação diplomática em Bamako, trepidante capital do Mali (?) – nação da África Ocidental. Também Baku, capital e porto do Azerbaijão e Belmopan, apesar da capital ser uma sossegada cidade de menos de 15 mil habitantes, no distrito de Cayo, Belize. E os absurdos continuam a acontecer debaixo de nossos narizes com o governo gastando o que quer e como quer, sem a menor coerência.
Isso sem falar no talento da diplomacia brasileira no mercado imobiliário. Em Nova Délhi – Índia – comprou por cinco milhões de dólares o terreno onde será construída nossa embaixada e em Genebra pagou quarenta milhões de dólares pelo prédio que vai abrigar as representações brasileiras.  
Nossas leis, seja pela sua tolerância ou inaplicabilidade estimulam os crimes; nossos presídios ao invés de corrigir e recuperar os presos, estimulam-nos à irracionalidade transformando-os em verdadeiras feras. Não existem estímulos à leitura e à prática de direcionamentos civilizados a fim de eliminar as causas de um “sem número” de atitudes erradas do dia a dia de nossa população, seja na preservação dos  bons costumes ou das riquezas naturais de nossa cidade, de nosso estado e de nosso país. E assim continuamos a mercê dos efeitos de nossa própria incompetência.
Urias Sérgio de Freitas
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 07/09/2009


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