Urias Sérgio

Vivo da esperança de ver o soerguimento da ética e da razão e isso dá-me forças de continuar lutando

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EM "ESTADO DE GRAÇA"
EM “ESTADO DE GRAÇA”

O Governador Eduardo Braga está assim... e reconhecidamente, merece os parabéns! Tem demonstrado ser um grande articulador político, promovendo a Amazônia, inclusive no cenário internacional. É bem verdade que tem se mostrado pouco acessível aos empresários da região, meio distante de todos, pelo menos, é o que andam reclamando já há algum tempo.
Ao seu lado, alguns secretários de primeira grandeza, certamente contribuem para o positivismo de suas decisões e realizações, e a esses estendo meus cumprimentos.
Conseguiu tirar da prancheta, da gaveta, da prateleira, ou seja lá de onde for, vários projetos de extrema representatividade, como o Prosamim, a Ponte Manaus/Iranduba, a revitalização da Praça São Sebastião, Praça da Polícia e do Palacete Provincial, da Ponte Benjamin Constant, linda e maravilhosamente iluminada – uma verdadeira obra de arte – tendo realizado inúmeras outras obras  de grande importância, sem falar no que vem  fazendo no interior e agora prepara, em sintonia com o Prefeito Amazonino Mendes, a revitalização de todo o centro da cidade.
E aí vem a Copa do Mundo,  com uma quantidade imensa de obras de infra-estrutura para atender às exigências da FIFA e adequar Manaus – vestir e maquia-la com o máximo bom gosto para o evento. Fala-se de uma reforma geral do Aeroporto Eduardo Gomes (já  passando da hora), metrô de superfície, um ginásio Media Center, um Fan Park, o Centro de Convenções e novo estádio de futebol, a ser construído no lugar do Estádio Vivaldo Lima e do ginásio Amadeu Teixeira - recém construído a seu lado. Mas, me permita uma sugestão: Só temos em Manaus um campo de futebol para os atletas dos clubes que aqui existem, treinarem, o da Colina. É uma situação inusitada – times de futebol sem campo! Por que não permitem a conservação do atual estádio e do ginásio e constroem o novo Vivaldo Lima em outro lugar? A cidade vai continuar sem campos, inclusive, que permitam o incremento das atividades dos clubes de futebol? Por que não desapropriam uma área perto da saída da ponte do lado de Iranduba?
Que me desculpem pela insistência, mas não poderiam repensar o caso, na expectativa, inclusive, de criar atratividades imediatas do lado de lá? Apelo para o dinamismo dos secretários Denis Minev - do Planejamento e Robério Braga - da  Cultura, e para o bom senso de ambos, para tentar convencer o Governador. Afinal, acho que ainda há tempo para mudanças!
Falam - pelas noticias que estão circulando - em um incremento no turismo de aproximadamente 30% por ocasião do evento. Considerando-se que o fluxo atual está por volta de 1 milhão de turistas por ano, está sendo previsto um total de 1,3 milhões para o ano da Copa. Mas, como ela durará apenas uns 30 dias, será que a conta é essa mesmo?
Sabemos também da necessidade de incremento de hotéis, restaurantes e um “sem número” de outras atividades paralelas, para adequação das necessidades básicas de apoio logístico do evento. Temos a plena convicção de que, em 2014 estaremos prontos para fazer bonito, deixar os turistas “babando”, felizes e satisfeitos! E depois? Tudo isso gerará milhares de empregos, mas como mantê-los? Não podemos nos esquecer  da complexa logística do turismo na região, pelas distâncias dos grandes centros e pelas peculiaridades regionais, estando a atratividade do turismo regional atrelado à selva amazônica, com sua fauna e flora exuberantes, mas com uma estrutura ineficiente e deficitária de hotéis de selva e custos altos,  para atender ao forte aumento de demanda prevista para ocasião e de pouquíssima durabilidade.
E quando a Copa terminar? Como daremos sustentação ao representativo aumento de estrutura das atividades paralelas, sem uma atividade econômica forte, que caminhe junto ao turismo, fortalecendo-o, permitindo sua manutenção por todos os anos, indefinidamente?
O mundo moderno convive hoje harmonicamente com a indústria do jogo, e a distância de Manaus para os grandes centros é um fator de forte relevância para manter à distância os brasileiros menos abastados, residentes nos outros estados. Dessa forma, poder-se-ia tentar a aprovação de um projeto que permitisse a legalização de cassinos em Manaus, em detrimento da sua proibição nos outros estados da Federação. Certamente seria a medida correta para o incremento do turismo na região de uma vez por todas, representando o fim de nossas preocupações com o futuro de nossa cidade e de nosso Estado, já que esses investimentos que aí estão e os que ainda serão realizados,  são altíssimos e terão que ser pagos, um dia.
O modelo Zona Franca de Manaus foi idealizado pelo deputado Francisco Pereira da Silva e contou com o apoio de grandes amazonenses como os senhores Natan e Fortunato Alecrim dentre outros grandes empresários da terra, para conseguir viabilizar seu intento e torna-la realidade. Agora, talvez precisemos de muitos outros, dessa mesma estirpe, nesse mesmo nível, para quebrar mais esse enorme paradigma.
Urias Sérgio de Freitas
Urias Sérgio
Enviado por Urias Sérgio em 12/06/2009


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